Recentemente eu estava assistindo uma entrevista do “Rafinha Bastos” onde ele falava sobre o “Danilo Gentilli” e apontava, de maneira irônica, claro, que o apresentador do SBT era um gênio, pois vinha construindo uma imagem sobre sua história de vida sofrida e “o Brasil gosta disso”.
Não sei se especificamente o caso do Danilo é esse, mas não posso deixar de concordar com o humorista quanto ao núcleo de seu argumento.
Faz muito tempo que tenho notado esse foco extremo na história de sofrimento das pessoas. E não tenho nada contra isso, por favor, me entendam.
Eu mesmo tenho uma história sofrida e de superação que já contei aqui no blog num passado distante. Nasci em uma família carente, em uma cidadezinha do interior de São Paulo, em uma casa de 2 cômodos onde morávamos em 4 pessoas. E me orgulho de onde cheguei.
O problema aqui não é a história de superação em si, mas o foco extremo nela em detrimento dos resultados atingidos e o impacto disso na visão focada em pontos fortes que a Gallup (e eu) defende.
Deixe-me explicar meu ponto.
Por conta dessa visão focada no esforço, parece que criamos uma cultura que valoriza o sofrimento. Você mesmo já deve ter ouvido (e quem sabe até dito) a famosa frase: “Você precisa sair da zona de conforto!”.
É claro que essa expressão contém, em si, a afirmação de que você precisa esforçar-se para ter sucesso. Quanto a isso eu não tenho nenhum problema. Minha birra é quando ao uso da palavra “conforto”.
Ontem mesmo vi uma postagem de uma coachee minha que também é coach de pontos fortes que diziam que, apesar de todo o trabalho que teve durante aquele dia, apesar de todo o esforço, apesar de toda a dedicação ao trabalho, não estava encerrando o dia esgotada, e sim ENERGIZADA.
Essa é a questão.
Quando trabalhamos em nossa “Zona de Talentos” não há qualquer desconforto em esforçar-se, muito pelo contrário. O que há é satisfação, felicidade e energia.
Ainda que você tenha trabalhado o dia inteiro e se esforçado muito.
Não me recordo quando foi a última semana em que trabalhei menos que 50 a 60 horas. Chego a ter 2 ou até 3 eventos de treinamento no mesmo dia. Me preparo para cada um deles. Acordo as 6:30 e durmo a meia noite… e NUNCA ME SINTO ESGOTADO.
E sabe por quê? Porque tenho a felicidade de trabalhar com o que amo e com o que se encaixa 100% em meus talentos dominantes. Essa é a questão.
Tenho resultados excelentes, ganho um bom dinheiro, sou feliz e não preciso sentir DESCONFORTO para isso.
É claro que não estou dizendo que todas as pessoas são assim. Nem tampouco estou ignorando o fato de vivermos em um país onde, algumas vezes, muitos precisam trabalhar com o que há disponível. Mas isso não contraria meu ponto.
Se formos para o outro lado da questão acho que isso fica ainda mais explícito.
Recentemente uma Deputada de nosso país fez um post em suas redes sociais afirmando que “bilionários não deveriam existir”!
Ela não disse que “bilionários maldosos não deveriam existir” ou que “bilionários que exploram pessoas não deveriam existir”, e sim que nenhum bilionário deveria existir.
Um dos muitos problemas dessa afirmação (e são infinitos os problemas) é a nítida desvalorização de quem se tornou bilionário sem o tal do “esforço” tão valorizado.
EM TEMPO: Não estou defendendo o Sr. Musk nem tampouco ignorando sua biografia.
Apenas vejo um tratamento diferenciado dessa Deputada com relação ao dinheiro do Tesla Owner e com relação ao dinheiro de duplas sertanejas, cantoras de axé, políticos, entre outros tantos que, por terem “se esforçado” para chegar aonde chegaram (e entenda esforço como você quiser), parecem merecer mais seus resultados do que outros.
É óbvio que vivemos em um mundo cheio de injustiças e diferenças, mas isso não faz por si só que um resultado deixe de ser um resultado.
Também não estou defendendo a falácia de meritocracia aqui, longe de mim.
O meu ponto, meu único ponto, é que: VOCÊ PODE TER RESULTADOS SEM SOFRER.
Terá, é claro, que se esforçar, mas não será dolorido. Não se sentirá esgotado por causa disso. Desde que esteja atuando na SUA ZONA DE CONFORTO, que são seus talentos naturais.
Quer saber como viver assim?
Comece fazendo seu assessment CliftonStrengths e, depois, passe por um processo de Coaching de Pontos Fortes.
Tenho certeza de que ao final desse processo você entenderá melhor o conteúdo desse artigo.