Estatística é a arte de torturar os dados até eles confessarem o que você quer ouvir.

Rodrigo Ferreira

Rodrigo Ferreira

Intelecção | Significância | Estudioso | Input | Relacionamento. Coach de Pontos Fortes, professional coaching, Strategic Mentoring, professor de MBA, Pós-graduado em Psicologia, Liderança e Coaching. 30 anos de experiência em Vendas. Tem ajudado vendedores, gestores e microempresários.

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Essa frase do título, ou algo parecido com isso, é uma afirmação comumente usada por profissionais de estatística não para diminuir a importância dessa ciência, mas, ao contrário, para demonstrar como a análise dos dados de uma pesquisa é muito mais importante do que os dados brutos.

Também famosa é uma frase dita entre cientistas de que “correlação não estabelece causalidade”, o que, no caso desse gráfico, é algo extremamente claro.

Para quem não entendeu o gráfico ou não entende inglês, explico: nesse gráfico você pode ver a sobreposição de dois dados e como eles parecem ter uma correlação quase perfeita. A linha preta mostra a quantidade de filmes com participação de Nicholas Cage lançados por ano, enquanto a linha vermelha mostra a quantidade de afogamentos em piscinas por ano.

Veja que a correlação entre os dois dados é de 0.66, sendo que uma correção 1.0 seria perfeição exata.

Ou seja, se analisarmos apenas a correlação entre os dois dados, poderíamos afirmar que “quanto mais filmes o Nicholas Cage participa, mais pessoas se afogam em piscinas”. Se isso fosse realmente verdade, a solução para as possíveis mortes por afogamento em piscinas seria extremamente simples: impedir que o Sr. Cage faça mais filmes!

O problema nessa “lógica” é que é óbvio que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas eu poderia, se desejasse, usar esses dados para defender a aposentadoria compulsória de nosso querido Nick em prol da vida de dezenas de pessoas.

Ok, você que já visita esse blog há tanto tempo ou ouve o Talentos para o Sucesso sabe que eu não sou estatístico nem pretendo salvar pessoas de afogamentos ou, o que é muito pior, de assistirem a mais e mais filmes com Nicholas Cage. Então por que estou apontando isso aqui?

Por um motivo bem simples. Há algum tempo escrevi aqui um artigo que tenho citado muito em meus treinamentos sobre como não podemos nos basear no que não temos para tomar decisões e em como isso pode causar erros de tomada de decisão.

Hoje quero abordar outro lado dessa mesma situação: pessoas que usam dados sem causalidade para defender que seu “método” é a última bolacha do pacote e que, sem ele, você não terá sucesso e não será feliz.

Tenho visto cada vez mais gurus de internet com soluções mágicas para todos os tipos de dificuldades e, quando questionados, apontam os “resultados” de seus métodos como base para suas afirmações.

O que estou dizendo é que, por exemplo, se um desses gurus te apresentar 100 pessoas que ganharam muito dinheiro após participarem de seu curso XPTO, isso pode não dizer absolutamente nada sobre a qualidade e efetividade do dito curso. Por quê? Bem, o primeiro aspecto é “quantas pessoas fizeram o curso”?

Se 200 pessoas fizeram o curso e 100 tiveram sucesso, então significa que 50% das pessoas tiveram sucesso (embora saibamos que muito muito muito mais pessoas participam de um curso desses). Isso não é ótimo? Depende. Quantas pessoas de um grupo de controle tiveram sucesso no mesmo período sem participar do curso maravilhoso? Aposto que esse dado não existe.

O que estou dizendo aqui não é que cursos não seja importantes (eu diria fundamentais) para aumentar a probabilidade de sucesso em qualquer área, mas sim que:

  1. Devemos tomar cuidado com o que estamos comprando quando compramos um curso. Estamos comprando o conteúdo ou a capacidade de marketing e de influência do vendedor?
  2. Não devemos acreditar que qualquer curso (os meus inclusive) sejam uma bala de prata que resolve todos os seus problemas.

Mesmo que o vendedor aponte “dados que comprovam a qualidade de seu produto”.

Mas um bom curso pode mesmo te ajudar a ter mais sucesso. Um BOM curso.

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