Quando falamos de coaching, além de, algumas vezes, termos que lidar com olhares de reprovação baseados no preconceito (infelizmente construído sobre sólidas bases), ainda precisamos lidar com uma série de diferenças decorrentes de estilos diferentes de certificações.
Um debate ocorrido hoje em uma turma de formação que lidero me trouxe esse assunto à mente.
Uma das participantes levantou a questão de que gostaria de saber a sequência de uso das ferramentas e de ter mais tempo para estudar cada um dos instrumentos apresentadas no treinamento.
Bem, eu tenho quatro certificações de coaching/mentoring, por isso já vivenciei algumas metodologias diferentes (óbvio que/e graças a Deus, não todas), mas posso afirmar que cada uma tem seu valor intrínseco, por isso não vou dizer que uma metodologia é necessariamente melhor que a outra, mas quero sim apontar um dos motivos de minha preferência pela abordagem da Gallup.
Já participei de uma formação totalmente baseada em uma série de ferramentas. Claro que o professor apontava que você poderia utilizar outros artefatos se desejasse, mas também apontava que, se você seguisse aquele encadeamento pré-determinado, conseguiria atingir os resultados desejados pelo coachee.
Não sei se os resultados vêm por causa dos instrumentos ou apesar deles, mas o que tendo a acreditar, é que se eu fizer um curso de mecânica de automóveis, ou de encanador, ou de eletricista, e o professor tentar apontar a ordem exata de ferramentas que devo seguir para consertar todo e qualquer defeito, vou achar muito estranho.
Por isso prefiro sempre acreditar que o conceito é mais importante que os aparatos.
É claro que essa minha afirmação está totalmente enviesada pelos meus talentos (como qualquer afirmação de qualquer pessoa), mas realmente acredito que, mesmo para quem deseja utilizar uma sequência pré-determinada de ferramentas, fazer isso sem entender os conceitos que conectam todas elas, talvez seja uma escolha insensata (pra dizer o mínimo).
Por outro lado, aqueles que decidem entender os conceitos dos quais todas as ferramentas se originaram, podem ou não lançar delas e, ainda assim, atingir os objetivos desejados.
Partindo para um exemplo concreto: a certificação GGSC da Gallup apresenta diversas ferramentas para que o coach possa utilizar-se delas quando achar necessário, contudo, se o coach não entender, por exemplo, a diferença entre SER e FAZER, ou não entender o que significa a afirmação de que um coach de pontos fortes estuda mais sucessos do que fracassos, nenhuma das ferramentas disponíveis será realmente eficaz.
Por outro lado, uma vez que o coach entenda esses e outros conceitos, é totalmente possível que ele realize um excelente processo de coaching sem que tenha que utilizar qualquer uma daquelas ferramentas disponíveis (eu mesmo já fiz isso inúmeras vezes).
Bem, qual a importância disso para você que lê esse texto e não é coach e talvez nem deseje sê-lo?
Quero levantar aqui a importância de se ter uma mínima base conceitual antes de se aprender a “prática” propriamente dita.
Você conhece os conceitos por trás de seu trabalho e de sua profissão?
Quando foi a última vez que você buscou algum tipo de aprendizado sobre o que você faz para levar o pão de cada dia para sua casa?
Reflita um pouco sobre isso e sinta-se à vontade para compartilhar comigo suas impressões.
Abraços do “conceitual” Rodrigo Ferreira