Na semana passada publiquei um artigo aqui sobre uma pergunta que encontrei em um site e que gerou uma reflexão sobre coaching vs auto-ajuda. Fiquei de encerrar o assunto hoje (e vou), mas é importante que você saiba que o assunto gerou outros frutos. Em breve você ficará sabendo. Aguarde.
Caso não tenha lido o post anterior, esse é o momento exato para isso. Vá lá e depois volte aqui.
Neste artigo você entenderá:
- Por que coaching e auto-ajuda aparecem na mesma pergunta
- Por que coaching e materiais de auto-ajuda se tornaram tão populares
Bem, espero que tenha ficado claro para você agora que coaching não é auto-ajuda. São coisas completamente distintas. A questão que ficou ao final do artigo e que quero abordar aqui, hoje, é “por que coaching e auto-ajuda aparecem na mesma pergunta?” e, é claro, responder a pergunta original que gerou essas reflexões “Por que ‘coaching’ e materiais de auto-ajuda se tornaram tão populares?“.
Por que coaching e auto-ajuda aparecem na mesma pergunta?
Se partirmos da ideia de que, quem está fazendo a pergunta deve ter uma visão negativa das duas ferramentas (afinal ela colocou a palavra “coaching” entre aspas), podemos imaginar que a pergunta em si é uma crítica. E é nesse contexto que pretendo respondê-la.
Há algum tempo os livros de auto-ajuda (bem como os cursos, palestrantes, programas, etc) são vistos com certa “ressalva” por profissionais “sérios”.
Não é incomum ouvir que a pessoa que certo livro de auto-ajuda mais ajuda é seu próprio autor! E eu adoro o subtítulo do livro/sátira “Quem mexeu no meu salame” que explica muito do que se pensa sobre esse tipo de “literatura”: “um livro que não auto-ajuda, mas também não auto-atrapalha”.
Parece-me claro, então, que quando alguém compara algo com essa visão de auto-ajuda, está criticando também esse primeiro elemento comparado, nesse caso: “coaching”, e eu compreendo perfeitamente a crítica. Afinal, por mais que a maioria do profissionais da área (em minha opinião) sejam sérios, existe um sem número de outros charlatões utilizando o termo da moda para se dar bem.
Quando fiz minha primeira certificação em coaching (eu já possuía uma em mentoring), tive que fazer um TCC e nesse documento preocupei-me em explicar o que é e o que não é coaching e pretendo postá-lo aqui na forma de artigos em breve. Só pude fazer isso por dois motivos principais:
- A empresa e o professor que ministraram meu curso são extremamente sérios e voltados para a visão científica do coaching (se é que podemos dizer isso), sem metafísica, PNL ou coisas do gênero.
- Minha certificação foi longa, com inúmeros momentos de aplicação, atividades reais fora do curso e tudo o que é necessário para que você realmente tenha certeza de que sabe o que está fazendo ou tenha, pelo menos, a possibilidade de pedir ajuda quando não sabe.
Aqui cabe um abraço para o Prof. Wilson Farias Nascimento da eHumanase a Rosina Franco do IDC Brasil.
O ponto fundamento aqui é: isso não é o padrão do mercado. Infelizmente o que encontramos por ai são formações de um dia, ou sem aplicação, ou de profissionais não muito sérios, ou de eventos que mais parecem um show de rock do que um curso, com muito culto a personalidade, com professores que veem neurolinguística, neurociência, física quântica, terapias holísticas, ou seja lá o que for como martelos para todos os tipos de pregos. E isso tudo tem despejado uma quantidade gigante de coaxes (erro proposital) no mercado que contribuem para essa visão deturpada de algo tão nobre e útil.
Isso tem feito com que muitas pessoas vejam o coaching como algo tão raso quanto auto-ajuda ou pior ainda. Muitos tem olhado para o coaching como charlatanismo, mentiras e coisas do tipo e isso pode ter levado a autora da pergunta a jogar tudo no mesmo balaio.
Mas coaching não é isso!!
Coaching é algo sério. Já toquei nesse assunto no artigo anterior e prometo voltar a ele em breve.
E então, por que ‘coaching’ e materiais de auto-ajuda se tornaram tão populares?
Antes de responder vamos recapitular então:
- Você já entendeu o que é coaching
- Já entendeu o que é auto-ajuda
- Viu que são completamente diferentes
- Entendeu que a falha de definição de coaching tem permitido que todo tipo de picareta entre para a profissão
- Compreendeu também o que leva algumas pessoas a colocarem tudo no mesmo saco.
Isso nos permite responder à pergunta original realizando apenas uma pequena mudança para que a mesma passe a refletir melhor a realidade:
“Por que coaching de não profissionais e mentirosos e materiais de auto-ajuda se tornaram tão populares?”
A resposta é BEM complexa, mas vou tentar respondê-la.
A vida não é simples. Não existe uma formula para tudo. Não existem 8 passos para ser feliz ou 7 hábitos de qualquer coisa ou 15 regras que te levam a não sei onde. Isso não existe!!!
As pessoas são complexas. As situações são complexas. As soluções são complexas. E solucionar coisas complexas é difícil e demanda esforço e “dor”. Demanda também que quem quer fazê-lo entenda que depende dele esse esforço e, mesmo assim, mesmo que faça a coisa certa e que se esforce, talvez não dê certo!!
O problema é que isso é muito duro de ouvir (ler), não é mesmo?
Isso não vende!
Agora experimente inverter tudo isso, colocar um pouco de tempero e transformar em um livro ou curso ou coisa do tipo. Quer ver?
“A vida é simples. Existe uma fórmula para solucionar todos os seus problemas. Basta que você siga as 5 regras que vou te ensinar e acredite que o universo conspira por você que INFALIVELMENTE tudo dará certo e você será feliz e terá sucesso”.
E custa apenas R$ 999,90 em 3 pagamentos!!!
Entendeu?
Venda o que eles querem sendo verdade ou não. Tire deles a responsabilidade e garanta que tudo vai dar certo e… PLIM! Você terá uma enxurrada de clientes jogando dinheiro em você.
O problema é que isso não dura.
Quem pena, não é mesmo?
Ou não?
Entendeu agora “Por que coaching não profissionais e mentirosos e materiais de auto-ajuda se tornaram tão populares”?
Fuja disso! Faça coaching sim. Isso pode te ajudar muito! Mas procure profissionais sérios, que utilizam métodos sérios e que não te prometem soluções milagrosas.
Um grande abraço.